13 de outubro de 2010



Ás vezes eu gostava de escrever para ti, gostava de te dizer muitas coisas, gostava especialmente de te poder dizer tudo aquilo que quero. E tu, és como uma luz, uma luz que dói. Dói por brilhar, dói cada vez que se apaga, dói. É insensato eu escrever uma data de palavras que não vão significar nada. Se ao menos tu soubesses tudo o que eu não sei sobre mim própria, tu ias saber, ias saber que isto está muito para além do que te consigo explicar. Fazes-me lembrar noites de trovoada, com relâmpagos, muito relâmpagos, chuva e frio. Não se trata de essência, trata-se de qualquer coisa que não conheço. Nunca em nenhuma circunstância vais estar longe de mim. Jamais vou pensar que te perdi. Tu estás comigo. Sempre. No meio dos meus dedos eu encontro os teus – sempre os teus. Dás-me a mão todos os dias, nunca vais embora. Habituei-me á dor, a toda a dor que me provocas. Chego mesmo a gostar de tudo isto. Eu vou ter-te até ao fim porque não há nada mais puro do que ouvir o coração de alguém. E eu ouvi o teu. Ainda hoje te sinto comigo, perto de mim, numa órbita quase perfeita.

-boa tarde, meu amor de sempre, boa tarde.

F.S.