27 de outubro de 2010




hoje recordei-te e veio-me á memória uma situação eximia. lembro-me que houve um fim de tarde, de muito frio, de chuva, de inverno. cheguei á tua casa, molhada, debaixo de chuva, gélida, iminentemente viva. disseste:
-ainda bem que já chegas-te, vamos lanchar, café com leite e bolinhos.
-perfeito meu amor, perfeito.
-está tudo no quintal, estava á tua espera.
-no quintal?
-sim.
-mas está a chover lá fora, está frio.
-não importa.
-mas...
-contigo aparece sempre uma mancha amarela no céu, o sol de todos os amanheceres, mesmo em dias de chuva.


à tua memória ***, 
à memória dos dias de inverno que já foram nossos.
a ti, que me fazes falta,
a ti, que sempre intensificas-te tudo
a ti, memória
a ti, ***.