30 de dezembro de 2010










Hoje falo-vos num tom mais informal.
A Íris Tomazini, é só um bocadinho do meu sonho de escritora.
Ela sou eu.


Quando acreditamos numa coisa embora seja mentira, será sempre a nossa maior verdade, a realidade mais possível que possuímos não é?

É por toda a grande guerra que se trava em mim diariamente que escrevo, ninguém perde, ninguém ganha, os dois lados sou eu. Eu delirante e afundada em toda a efemeridade do que nos foge por entre as mãos, mesmo sem querer eu desejo a dor, desejo-a com todas as minha forças, quero-a, tenho de senti-la. Trivialmente subjugo-me ao meu próprio eu de forma rocambolesca que não sei nem consigo impedir e é assim que as coisas começam a doer. Nasço diariamente como se a noite fosse sempre passada num limbo supra irreal, ao meio da manhã conheço o mundo, almoço sobre ideias preconcebidas e a meio da tarde começa a revolução, janto já sob a ânsia do motim que se dará amanhã e á noite regresso ao estado mais puro – á apatia frígida que tanto me preenche. Os dias são sempre assim, um cá e lá, um aqui e ali, uma chegada e partida constante. Vivo em dois mundos, talvez seja a convergência dissimulada de duas pessoas que ora se amam ora se odeiam. No fim chego a não ter culpa de nada disto. As batalhas são frequentes, luto com alguma coisa que nem sequer existe ou se existe eu não conheço, luto, luto e vou-me assolando pouco a pouco de mansinho até festejar o meu próprio luto.  

                                                                                                                                                 Íris Tomazini

                                                                        Há quem lhe chame pseudónimo, eu chamo-me segunda vida.