16 de março de 2011









- Porque é que fazes isto comigo?

- Hoje não.

- Hoje não?

- Hoje não estou com paciência.

- O quê? Não estás com paciência?

- Não.

- Porque é que fazes isto comigo?

- Hoje não, por favor!

- Mas…

- Não!

- Estou a tentar fazer de nós um elemento vivo.

- Disparates, tu só dizes disparates.

- Que se passa hoje contigo?

- Nada, só não tenho paciência.

- Não tens paciência para quê?

- Para ti.

- Fantástico, tu estives-te sabe-se lá onde durante meses, anos. Eu? Eu esperei por ti sempre. Eu tive paciência. Eu fui sempre tua. Eu acreditei sempre que voltarias mesmo quando toda a gente dizia o contrário. Eu permaneci. Eu levei a cabo os objectivos que deixas-te. Eu pensei em ti todos os dias. Eu chorei-te durante tantas noites. Eu. Eu. Eu. Eu. Eu. Eu. Eu. Eu tudo. Eu… Que fizeste tu? Tu soubeste ir embora, soubeste não ter saudades minhas, fizeste desta distância uma dor demasiado difícil de suportar. Que fizeste tu para além de me magoares? 

- Hoje não! Deixa-me fumar este cigarro em paz.