9 de abril de 2011

 


Não sei o que aconteceu comigo nos últimos tempos, sinto-me num dilúvio frequente. Eu tinha tudo, eu sempre tive tudo… O engraçado é que o tudo já não é um tudo para mim. Não me satisfaz. Nem me preenche. Não me sinto vazia – isso é um sentimento demasiado vulgar. Sinto-me insaciada. Os olhos, os meus olhos tendem a embaciar-se constantemente. Não sinto o bater do coração. Hoje não. Hoje sinto apenas a respiração compassada e profunda que me eleva de mansinho até um mundo longe e quase irreal. Não sei se estou triste. Mas dói. Dói como não dói-a há já muito tempo. Tenho medo destas asas que nasceram em mim. Descobri - eu tenho medo da felicidade.


Eu : - nunca me deixes.
Eu: - que loucura, estou a falar sozinha.
Eu: - nunca me deixes. 
Eu: - sim eu tenho medo de me abandonar.