20 de julho de 2011



4:55h – telemóvel toca
- Eih! Olá
- Bom dia borboleta.
- Que horas são?
- Isso não importa. Liguei só para dizer que tenho saudades tuas.
- R* eu estou a morrer de saudades nossas à mais de uma eternidade.
- Eu sei disso. O amor é assim.
- O amor é cuidar.
- Eu estou cuidando de ti.
- Estás? Sabes como me sinto agora?
- Sei. Sei que devias estar a sorrir e não estás… A tua voz tremula, a respiração descompassada e as palavras cortadas a meio são o suficiente para perceber a tristeza em que te afundas-te.
- Eu gosto muito de ti.
- Devias aprender a dar tempo ao tempo, devias aprender a sonhar.
- Eu só queria ter-te comigo.
- Tens!
- Aqui!!
- O amor, é saber esperar e ter a certeza que o amanhecer vai chegar.
- Eu sinto tanto a tua falta.
- Lembras-te quando estive todos os dias ao teu lado? Lembras-te de chegares com cara feia a minha casa em dias de chuva?
- Eu estava molhada, com frio e…
- Lembras-te das vezes que adormeces-te depois do lanche do sofá do jardim?
- Estava cansada.
- Lembras-te também das vezes que me pedis-te desculpa por te esqueceres de datas especiais?
- Nós comemorávamos todos os dias por estarmos vivos.
- Cala-te! Nós só damos valor ao que perdemos.
- Estás a tentar dizer que te perdi.
- Em parte, sim.
- Já amanheceu.
- Bom dia borboleta.
- Bom dia meu amor.
- Não vais desligar?
- Não. Vou adormecer a ouvir-te respirar.