- Qual é o teu maior desejo?
- Escrever.
- Mas tu já escreves.
- Escrever mais, melhor.
- Não deseja mais nada?
- Desejo, mas eu só manifesto os desejos que sei que vou alcançar.
- Não podes ter essa certeza.
- Posso sim.
- Que desejas mais?
- Isso não vem ao caso.
- Diz-me, que desejas?
- Desejo-te.
- Não é verdade.
- Eu desejo-te e tu és tudo quanto quero. Ninguém escreve sem um amor, sem uma paixão delirante. Todos os grandes contos são memórias de sussurros ao ouvido e gemidos sem folego.
- Tu desejas-me a mim, ou à literatura?
- Eu desejo ter um motivo para escrever.