24 de julho de 2009

Tinha este sorriso, e tinha muito mais! Escrevo-te uma carta cada vez que a lua se ergue no céu, mas não sei tua morada. Cada pedaço de papel acaba na habitual gaveta. Se voltasses não teria de te escrever cartas, de chorar por ti. Volta!

“- Sabes que gosto de ti, não sabes?
- O amor não é uma resposta e tu sabes disso melhor que eu.
- Mas, amo-te!
- (…)”


Vou procurar-te em mim, vou encher o céu de estrelas e dizer que te amo. Porque na verdade é isso que sinto. Desculpa-me se voltei a acreditar. Não digas a ninguém, é segredo. Perdoa-me por me ter perdido entre poemas – sempre à procura do teu cheiro. Por não saber dizer ‘não’ á grandeza do sorriso que me roubaste. Tu não sabes. Shiuuuu. Guardo as tuas mãos nos meus ombros – e deixa que também eu te abrace sem medo de cair. Não adivinho esse olhar dourado preso a mim. Quase a revelar segredos. Sou feita de improvisos – medos que escondo atrás do espelho. Estou cansada de dançar sozinha. De procurar o meu vazio nos braços dos outros. Em ti, encontrei vida: a claridade de um momento feliz. E agora escrevo. Desculpa-me por escrever desejos e cobardias que não sei calar. E já nada te afasta, as palavras abrem-se como caminhos na minha pele, e a tua voz flutua lentamente na memória. Até cair em vertigem nos meus sonhos mais luminosos. Preciso arder contigo, quero o teu rosto junto ao meu, outra vez. Numa dança qualquer. Deixa-me afogar na doçura deste erro. E desculpa se te levo comigo.
Volta, vem-me abraçar.