26 de março de 2011


- Quero muito ter-te aqui para sempre.
- As coisas não são assim.
- Fica por cá, pelo menos.
- Não posso. 
- Ensinaste-me a chorar a tua morte, isso foi tão cruel.
- Passado. Shiuuuuuuuu…
- Mas foi demasiado atroz.
- O que importa é que estou aqui.
- E isso compensa todas as lágrimas choradas?
- Devias aprender a não chorar.
- Ensina-me antes a não sofrer.
- Como?
- Fica comigo.
- Já sabes o que vou dizer…
- Sim sim já sei, “não posso”; “sabes que as coisas não são assim”; “…”
- Exacto.
- Porquê? Se assim é porque é que não vais embora já?
- Preferes assim?
- Eu sei lá o que prefiro. Tu foste embora. Tu morres-te. Tu voltas-te. A nossa historia sempre foi uma balbúrdia.
- É verdade, os grandes romances também são assim.
- Chega.
- Vive agora, deixa lá o depois.
- Mas eu não vou aguentar. 
- Prometo que me despeço.
- Promete que ficas.
- Não posso.
- Estás a tornar-te repetitivo!