17 de outubro de 2011



Desejo a morte mais do que nunca.
Dói demais para fingir o sorriso do costume e o meu ar mais sereno. Cansei-me de olhar a norte, na linha do horizonte. Agora os meus olhos estão pregados no chão e seguram a todo o custo as lágrimas que cairão mais cedo ou mais tarde. Pequenos cacos de vidro circulam nas finas artérias, cortando-as, uma por uma, devagar, dolorosamente. Tu, vens, mascarado de vida, afirmas: Tudo é um caminho que terás de trilhar sozinha, coragem! Sacanagem, eu não posso ficar sozinha. Que perturbação idílica. Alguém? Alguém? Eihh, eihh, alguém aqui? Alguém… eu só precisava de um corpo com uma voz meiga para me poder dirigir. Estou esvaziada de qualquer emoção. Morte? Onde estás? Morte acaba com este pesadelo onírico! Não me deixes sozinha, não me mates com essa sede de crueldade e horror. Acaba com a minha vida de forma graciosa e entrega-me ao sossego que procuro.

Que medo filho da puta!