Ela passeava como uma senhora convicta que sabia certamente
para onde ir, tinha uns olhos muito castanhos e um cabelo dourado, às vezes
sorria, ás vezes. Hoje, como de costume, trazia livros na mão, dizem que é uma
alma perdida. Ela escondia dentro de si um rio fundo cheio de lágrimas. Aquela
mulher decidida tinha na mala uma lamina, sim, aquela silhueta delicada
carregava consigo a dor de múltiplas cicatrizes há anos. Ela como a maioria das
pessoas tinha um vicio. E é demais evidente que ela era viciada em dor, quanto
mais dor sentia, mais dor queria sentir. Foi assim que acabou mais um
entardecer – ela serena, pelo menos aparecia, sentada à beira dos últimos raios
de sol, com a lamina de sempre na mão e o pulso que implorava por mais uma
réplica.
Ela possuía um segredo marcado nos braços,
e uma dor no coração.
- E eu, sou uma senhora convicta