30 de abril de 2012




Ela passeava como uma senhora convicta que sabia certamente para onde ir, tinha uns olhos muito castanhos e um cabelo dourado, às vezes sorria, ás vezes. Hoje, como de costume, trazia livros na mão, dizem que é uma alma perdida. Ela escondia dentro de si um rio fundo cheio de lágrimas. Aquela mulher decidida tinha na mala uma lamina, sim, aquela silhueta delicada carregava consigo a dor de múltiplas cicatrizes há anos. Ela como a maioria das pessoas tinha um vicio. E é demais evidente que ela era viciada em dor, quanto mais dor sentia, mais dor queria sentir. Foi assim que acabou mais um entardecer – ela serena, pelo menos aparecia, sentada à beira dos últimos raios de sol, com a lamina de sempre na mão e o pulso que implorava por mais uma réplica. 

Ela possuía um segredo marcado nos braços,
e uma dor no coração.



- E eu, sou uma senhora convicta