"Agora, sinto que cometi um erro.
Aliás, não exactamente. Sabem aqueles erros que vocês querem fazer, e é melhor
que assim seja para que tudo acabe bem? Ate acho que isso não se chama de erros…
mas para mim, isto foi um! É possível que este meu jeito de enaltecer os
sentimentos e romancear as historias torne todas estas linhas bonitas e agradáveis
de ler. Mas se eu pudesse fazer o leitor sentir o que estou a sentir só por
palavras, certamente não escreveria nada! É doloroso, horrível! Podia ser tudo
diferente, não é? Mas a vida é assim mesmo, pelo menos é o que dizem. Eu, perdi
um tesouro que não possui. Na verdade, cheguei a tê-lo, ainda que não tivesse a
certeza se era um tesouro de verdade. Essa coisa de ter uma riqueza nas mãos assusta
muita gente, e a mim é demais evidente que assustou, e não foi pouco! Então,
bem à semelhança dos despromovidos de bom senso e coragem, desfiz-me do que
tinha. Não pensei duas vezes, eu por e simplesmente não pensei. Era isso que
queria – atirar para a rua o meu pequeno segredo precioso. Quis e fiz, sem hesitações
ou remorsos… Agora, ah agora, eu devia estar feliz e rir a bandeiras despregadas,
mas muito pelo contrário – nasceu em mim um monstro que usa a força como
manobra subversiva para eliminar o que pretende. É triste, e francamente triste
usurpar os nossos próprios sonhos.
- Eu era mãe, estava triste e
matei o meu filho.
Agora não sou nada, estou triste e não tenho o meu filho."
Suzanne D.