7 de julho de 2009

Os meus 3 anos voltam, hoje descobri outro filme eu e a minha mãe brincávamos aos balões. Era mágico acreditem. Rosa, azul, verde, amarelo, alegria, sorrisos e tanto mais. Sim mãe eu amo-te. A brincadeira estava no auge e a campainha toca, pergunto de imediato com uma vozinha de criança: “Quem é?” o meu pai responde-me: “É o avô Zé filha!”. Continuo a brincar, a dar pontapés aos balões, tropeço num balão branco e caio. “Cais-te vês!” diz o meu pai, na verdade não me preocupei muito com a situação, rapidamente me levantei e disse com o maior orgulho “Eu sou um jogadore!”. O filme acabou pois o meu pai foi ter com o avô Zé que estava lá em baixo á espera. Óh o meu avô Zé, era extraordinário. Tenho pena de já não estar connosco. Gostava de poder sentar-me numa cadeira perto dele e ouvir histórias, aquelas histórias que os avós têm sempre para contar. Infelizmente já não o posso fazer, nunca pude! Gostava que fosse um cúmplice, um amigo talvez. Lembro-me de poucas coisas sobre ele. Lembro de um almoço, era arroz branco com douradinhos. Ele tinha o habitual copo de vinho em frente do prato e os seus olhos azuis a transbordar de afecto. Á sim, lembro-me bem de como ele era meu amigo, meu protector. Agora não sei como falar-te, como viver perto de ti. Já não estás aqui, meu avô. Ás vezes abro a janela e falo com a estrela mais brilhante, acredito vivamente que me ouves. Vou continuar a falar contigo como se ainda estivesses presente, na verdade estás. Orgulho-me pela primeira vez que te chamei Avó. Acho que nunca te disse o quanto gostava de ti, notava que o sabias. Mas se pudesse voltar atrás dizia-te como foste um avô excepcional, dizia-te apenas um amo-te. Deixei passar o tempo e tu foste embora, creio que não me abandonas-te, continuas comigo, continuas a meu lado em todos os momentos. Quando voltar a ver-te vou abraçar-te com muita força, vou contar-te como fui feliz. E vou agradecer-te cada vez que me levas-te ao infantário. Obrigado avô, só hoje reconheço como foste importante na minha vida. Será tarde? Acho que sabes o que sinto, afinal dizem que as pessoas que moram no céu sabem sempre tudo! Nunca te esqueci, nem o vou fazer. Gosto muito de ti e tu sabes bem disso. Cresci e já tenho mais de 68 cm. Fui alcançando metas, ultrapassando obstáculos, construi ao longo da vida o meu castelo, vou continuar a dar o meu melhor e agradeço-te a pessoa em que me tornei. Grande parte do que sou devo-to a ti. Permaneces na memória. És vida dentro de mim. Obrigado avô Zé.