11 de janeiro de 2010

cheguei, e agora sinto-me afundar-me em mim mesma da maneira mais colossal que o podia fazer. tenho vindo a despedir-me quase todos os dias, quase. mas nunca chego ao verdeiro fim. só falta um ponto final na nossa história.


{telefonei-te}

- chegas a que horas?
- ainda tenho que fazer umas coisas.
- demoras?
- não sei ao certo.
- nao sabes?
- não.
- já pus o jantar no forno, e a mesa para dois.
- eu sei, tu fazes sempre isso.
- para ti, sim.
- porque nao convidas outra pessoa para jantar?
- porque te quero a ti.
- já nao dá.
- porque?
- tenho que fazer umas coisas com a minha vida, com o mundo.
- demoras?
- quanto tempo demora o mundo a virar realidade ilusão?
- não faço ideia.
- nem eu.

*silêncio*

- ontem quando sais-te, porque me disses-te 'adeus'?
- porque foi uma despedia.
- já nao voltas?
- não.


{sai de casa e o vizinho de 3º esquerdo abre a porta}
- onde vai?
- nao sei
- demora?
- sim, sem duvida.
- nao quer entrar e jantar comigo?
- nao quero perder o encontro.
- onde vai?
- á memória.
- porquê?
- porcurar o excerto dessa possibilidade
- onde vai?
- a um encontro de amor
- com quem?
- com a minha condição de ponto final.