15 de janeiro de 2010


uma chave imrropeu pela fechadura adentro. eras tu.

-voltas-te?
-sim
-que surpresa.
-de facto é.
-é mesmo, morri de saudades.
-ainda permaneces viva
-só por fora.
-e por dentro?
-já morri.
-talvez isso seja um facto consumado.
-sim, talvez.
-viste o meu relógio de pulso?
-qual?
-o que deixe em cima da mesa.
-não sei, tu sempre tives-te imensos, sempre necessitas-te de encurtar o tempo.
-era uma questão de habito.
-uma estratégia fugitiva.
-viste-o?
-não
-deixei-o mesmo aqui.
-eu sei.
-não tens relogios em casa?
-não.
-porquê?
-não necessito de oráculos.
-vou embora.
-já?
-sim.
-não vieste para ficar?
-não, vim só á procura do relogio.


e agora? quase que morri.
e o que faço ao que resta do corpo? *botão auto-destruir*